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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
21
set 2014
domingo 16h00 Câmara Osesp
Orquestra de Câmara da Osesp: Claudio Cruz


Orquestra de Câmara da Osesp
Cláudio Cruz regente


Programação
Sujeita a
Alterações
Peter WARLOCK
Suíte Capriol
Igor STRAVINSKY
Concerto em Ré Maior Para Orquestra de Cordas
Pyotr I. TCHAIKOVSKY
Souvenir de Florence, Op.70
INGRESSOS
  Entre R$ 66,00 e R$ 76,00
  DOMINGO 21/SET/2014 16h00
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil
Notas de Programa

Filho de uma abastada família londrina, Peter Warlock estudou no Eton College e na Oxford University, obtendo uma sólida formação humanística. Quando adulto, teve que se contrapor à família para seguir frequentando os círculos artísticos pelos quais se encantara durante seus anos de estudos. Essa tensão talvez esteja na origem de seu provável suicídio, aos 36 anos.


Além de compositor e arranjador, atuou com sucesso como jornalista, crítico de música e editor, mas nunca conseguiu propriamente estabelecer uma carreira. Foi responsável pela publicação de centenas de partituras de música renascentista, experiência determinante para a elaboração daquela que é tida como sua principal composição, a Suíte Capriol. A peça se baseia na Orchesographie, do abade francês Jehan Tabourot (que assina sob o pseudônimo anagramático Thoinot Arbeau), um tratado sobre danças renascentistas, publicado em 1588.
O manual, que consiste numa das principais fontes sobre o assunto, traz inúmeros registros de passos de dança associados a notas musicais, com xilogravuras de músicos e dançarinos. O livro também serviu de base para Agon, último balé escrito por Stravinsky, em 1957.

Apesar da inspiração direta em melodias anotadas por Tabourot, a Suíte de Warlock pode ser considerada uma criação original, e muito singular. Seus seis movimentos contrastantes, cada um baseado num tipo de dança, dão vida ao modalismo da música renascentista, revelando sua surpreendente atualidade. Escrita originalmente para dois pianos, a Suíte Capriol ganhou versão para orquestra de câmara (1926) e mesmo para orquestra completa (1928), ambas de autoria do próprio compositor.
RICARDO TEPERMAN é doutorando em Antropologia Social na Universidade de São Paulo e editor da Revista Osesp.



O Pássaro de Fogo (1910), Petrouchka (1911/1947) e Sagração da Primavera (1913), os três principais balés de Stravinsky com Diaghilev, são, em geral, a porta de entrada para o extenso e variado repertório do compositor. Trata-se de um criador cuja obra se confunde com o próprio século XX, com suas mudanças e rupturas. Pudera: Stravinsky escreveu música por mais de setenta anos e abordou diversos estilos de composição.

Em 1946, o compositor morava em Hollywood e já tinha cidadania norte-americana quando recebeu do maestro suíço Paul Sacher (1906-99), fundador da Kammerorchester Basel, a encomenda para escrever um pequeno concerto para orquestra de cordas. Tendo sido a responsável por sua estreia, a orquestra acabaria emprestando o nome ao Concerto em Ré, que ficou conhecido como Concerto de Basel.

A peça foi a última obra tonal de Stravinsky. Depois dela, o compositor se lançaria à técnica dodecafônica criada por seu antípoda histórico, Arnold Schoenberg. Com duração de pouco mais de doze minutos e três movimentos contrastantes, à maneira dos Concertos de Brandenburgo, de Bach, o Concerto de Basel é um exemplo do chamado “neoclassicismo” de Stravinsky.

O espirituoso primeiro movimento — “Vivace” — flerta com a forma-sonata clássica. O segundo — “Arioso: Andantino” — possui melodia de uma ternura rara em Stravinsky. Finalmente, o frenesi de arcadas e a miríade de notas do brilhante “Rondo: Allegro” nos fazem querer levantar da cadeira.

Tchaikovsky é comumente conhecido por seus balés, concertos e sinfonias, mas foi também compositor de muita música de câmara, entre as quais Souvenir de Florence [Lembranças de Florença], sexteto para dois violinos, duas violas e dois violoncelos. Composta em 1890, a peça foi dedicada à Sociedade de Música de Câmara de São Petersburgo. O sexteto tem quatro movimentos e, como característica geral, segue o estilo do compositor, com um cuidado e um domínio da forma exemplares. A preocupação não é quebrar a tradição, mas sim usá-la para alimentar ainda mais o páthos e tudo que pode estar relacionado a esta palavra: paixão, excesso, catástrofe, afetos, passividade, sofrimento, ou seja, uma verdadeira apoteose romântica.

O próprio título da obra remete ao universo nostálgico de Florença, onde Tchaikovsky se sentia particularmente feliz: a Itália sempre foi um dos destinos preferidos do compositor, que lá passou longas temporadas. Em todas as obras nascidas na Itália, brilha um pouco do sol local.

É bem verdade que Souvenir de Florence nasceu de forma angustiante para Tchaikovsky. Em carta ao seu irmão Anatol, reconhece a dificuldade: “Estou escrevendo sob uma pressão incomum e estou nesta situação não porque me faltem ideias, mas sim porque esta forma é totalmente nova para mim. Preciso de seis vozes independentes, mas ao mesmo tempo similares, e isso é incrivelmente difícil”.1 Esta angústia é dividida também com o violinista russo Eugen Albrecht: “Peço-lhe para ser franco apontando deficiências técnicas; você pode dizer o que mudaria, por favor, porque tenho certeza de que você tem uma compreensão muito melhor desses assuntos do que eu, em particular na fuga a seis vozes que aparece no final”.

O compositor prossegue descrevendo o caráter geral dos movimentos: “O primeiro movimento precisa ser tocado com grande fogo e paixão, o segundo, cantábile, o terceiro, como um scherzo, brincando, e o quarto, de maneira brilhante e com entusiasmo”.2 Souvenir de Florence ainda foi revisada entre 1891 e 1892 antes de estrear na Sociedade de Música de Câmara de São Petersburgo, em 1892.
ALEXANDRE ROSA é contrabaixista da Osesp, professor no Instituto Baccarelli e doutorando em música no Instituto de Artes da Unesp.
1. Werner-Jensen, Arnold. Reclams Kammermusikführer (Stuttgart: Reclaim, 2005).
2. Ibidem.


PROGRAMAÇÃO

ORQUESTRA DE CÂMARA DA OSESP
CLÁUDIO CRUZ regente

PETER WARLOCK
Suíte Capriol
- Basse-Danse: Allegro Moderato
- Pavane: Allegretto, ma un Poco Lento
- Tordion: Con Moto
- Bransles: Presto
- Pieds-en-l'air: Andante Tranquillo
- Mattachins (Sword Dance): Allegro Con Brio

10 MIN

IGOR STRAVINSKY
Concerto em Ré - Concerto de Basel
- Vivace
- Arioso: Andantino
- Rondo: Allegro

12 MIN

PYOTR I. TCHAI KOVSKY
Souvenir de Florence, Op.70
- Allegro Con Spirito
- Adagio Cantabile e Con Moto
- Allegretto Moderato
- Allegro Vivace

33 MI N