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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
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SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
01
out 2015
quinta-feira 21h00 Cedro
Temporada Osesp: Alsop rege Brahms


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Marin Alsop regente


Programação
Sujeita a
Alterações
Johannes BRAHMS
Sinfonia nº 3 em Fá Maior, Op.90
Sinfonia nº 4 em Mi Menor, Op.98
INGRESSOS
  Entre R$ 45,00 e R$ 178,00
  QUINTA-FEIRA 01/OUT/2015 21h00
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil
Notas de Programa

 

A ousada abertura de acordes e o primeiro tema dançante da Sinfonia nº 3, de Brahms, foram relacionados a várias referências: a passagens das Sinfonias nº 1 e nº 3 de Schumann, ao incontestável patriotismo de Brahms e ao motivo Fá-Lá-Fá (F-A-F, que em alemão abrevia a expressão frei aber froh — livre, mas feliz) —, o que é uma completa invenção do biógrafo Max Kalbeck. O único comentário do próprio Brahms a respeito foi sobre o fato ter se baseado numa cantiga popular de Berchtesgaden, cidade no extremo sul da Baviera. Como costumava dizer o maestro Wilhelm Furtwängler, Brahms era sempre popular, independente do que estivesse compondo.

 

O motivo coral da abertura tem um papel mais importante nessa Sinfonia do que na Primeira (neste caso, como naquele, uma melodia de tipo coral composta pelo próprio Brahms). O tema retorna no movimento lento, no início do finale, agora numa versão para metais e também na coda, transfigurado.

 

Os comentaristas logo encontraram interpretações programáticas, com Clara Schumann descrevendo a sinfonia inteira como “cheia da magia secreta da vida da floresta”, e Joseph Joachim ouvindo a história de Hero e Leandro no finale. A Sinfonia estreou em 2 de dezembro de 1883, em Viena, com regência de Hans Richter, que apelidou a obra de Eroica de Brahms. A peça teve grande sucesso, e a reação curiosa do compositor foi pensar se deveria cancelar as próximas apresentações.

 


A Sinfonia nº 4 surgiu pouco depois da Terceira. Brahms escreveu o primeiro e o segundo movimentos no verão de 1884, e o quarto e o terceiro movimentos (nessa ordem) no verão de 1885. Aos amigos, anunciou a obra com sua costumeira mistura de ironia, humor e autodepreciação. A Hans von Bülow, por exemplo, escreveu: “Temo que a obra tenha o sabor do clima daqui — onde as cerejas nunca ficam doces o suficiente para comer”. Ao que parece, ele estava realmente tímido em relação à sua “sinfonia triste” (como a chamava), pensando se deveria apresentá-la ou não. Ensaios bem-sucedidos em Meiningen fizeram com que se decidisse, e ele próprio regeu a estreia no mesmo local em 25 de outubro de 1885.

 

Cerca de três anos antes, Brahms havia perguntado a amigos o que pensavam sobre um movimento sinfônico escrito sobre o tema da chacona da Cantata nº 150 de J. S. Bach. Embora a Sinfonia nº 3 ainda não estivesse concluída, Brahms já estava tomando uma decisão fundamental em relação ao finale da Quarta. Ele conhecia bem essa forma essencialmente barroca, tendo feito um arranjo da Chacona Para Violino Solo de Bach para a mão esquerda no piano. Para a Sinfonia, deu ao tema da cantata de Bach um novo ritmo, tornou-o melódico e acrescentou cromatismos. O finale tem 32 variações (contando o tema como primeira), e Brahms deu forma à série com uma parte intermediária contrastante (a assombrosa melodia solo na flauta e as serenas variações maiores que se seguem) e com variações subsequentes de desenvolvimento e recapitulação, evocando assim tanto a forma ternária quanto a forma-sonata.

 

Essa evidente mistura de arcaico e contemporâneo também caracteriza os outros movimentos, em que dispositivos barrocos de sequência, cânone e fuga abundam em ambientes de forma-sonata. Desse modo, Bach e Beethoven — os “deuses principais” da juventude de Brahms, como testemunhou sua amiga Louise Japha — encontram aqui sua melhor síntese. A renovação criativa de Brahms resulta de uma compreensão profunda do passado e segue sendo até hoje uma inspiração para todos os criadores.

 


ROBERT PASCALL é professor honorário de filologia da música na Universidade de Cambridge e autor de Brahms: Biographical, Documentary And Analytical Studies (Cambridge University Press, 2008). Tradução de Rogério Galindo.

 


PROGRAMA


OSESP


MARIN ALSOP regente
JOHANNES BRAHMS [1833-97]


Sinfonia nº 3 em Fá Maior, Op.90 [1883]


- Allegro Con Brio


- Andante


- Poco Allegretto


- Allegro


33 MIN
_____________________________________
Sinfonia nº 4 em Mi Menor, Op.98 [1884-5]
- Allegro Non Troppo


- Andante Moderato


- Allegro Giocoso
- Allegro Energico e Passionato
39 MIN