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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
18
jun 2017
domingo 11h00 Concertos Matinais
Matinais: Osesp e Wellber


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Omer Meir Wellber regente


Programação
Sujeita a
Alterações
Pyotr I. TCHAIKOVSKY
Manfred, Op.58 - Sinfonia em Quatro Quadros
INGRESSOS
  Gratuito
  DOMINGO 18/JUN/2017 11h00
 

Ingressos disponíveis na bilheteria do 1º subsolo da Sala São Paulo a partir da segunda-feira anterior ao concerto, limitados a quatro por pessoa. A partir de cinco ingressos, será cobrado o valor de R$ 2,00 por ingresso, também limitados a quatro por pessoa. Devido à grande procura, recomendamos que verifique se há disponibilidade de ingressos.
20 % dos ingressos são reservados para distribuição no dia do concerto, a partir das 9h30, apenas um ingresso por pessoa. Recomendamos a chegada antecipada.
Informações: T 55 11 3223 3966.

Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil

Notas de Programa

TCHAIKOVSKY 

Manfred, Op.58 - Sinfonia em Quatro Quadros /TCHAIKOVSKY EM FOCO


Na sua nova residência em Maidanovo, no ano de 1885, Tchaikovsky compõe Manfred, Sinfonia em Quatro Quadros, destinada a ser a primeira grande obra da última fase de sua vida. Balakirev havia adaptado um resumo do enredo — baseado em poema de Lord Byron — e ofereceu-o a Tchaikovsky, que o aceitou relutantemente, dizendo: “É mil vezes mais agradável trabalhar sem programa. Quando componho uma sinfonia programática, tenho continuamente a sensação de estar iludindo o público e de pagar uma conta com moeda falsa”. Com o passar do tempo, entretanto, passou a considerar Manfred como uma de suas melhores obras, talvez por sentir nela a presença forte de seu próprio drama existencial.


Manfred vagueia pelos Alpes, sem rumo, o coração torturado, tomado de remorsos. Clarinetes e fagotes acolhem esses sentimentos. A feiticeira dos Alpes surge sob o arco-íris da catarata, mas nem mesmo o ritual de magia ou a invocação dos poderes do Inferno o ajudam a resolver o enigma. Como apagar de seu coração a memória de sua belíssima irmã, Astarte, e o amor culpado que o consome? Manfred erra pelo mundo, vítima do mais desesperado horror. Este episódio permitiu a Tchaikovsky esculpir um scherzo sublime que traz aos ouvidos o rumorejar da água, o cintilar das gotas ao sol, as cores do arco-íris, na paleta sonora da orquestra. A fada surge, envolta pelo murmúrio dos arcos, em contraste com o tema de Manfred. A tranquila vida montanhesa toma corpo (na voz do oboé) numa pastoral, que não descreve a natureza, mas sim o universo íntimo de um homem em conflito consigo mesmo (um hino, um anseio à vida pura, livre e tranquila dos habitantes da montanha), “Ah! Não poder ser feliz como esta gente simples!” — é talvez o lamento do próprio Tchaikovsky, através da metáfora de Manfred.


Na última parte, Manfred é admitido no palácio subterrâneo de Ahriman (príncipe dos Infernos). Ali, agita-se numa bacanal orgiástica, num último esforço catártico para exorcizar a vida e purgar seus males. Ao ser invocada, surge Astarte, anunciada pelas harpas. Ela declara o fim dos sofrimentos terrenos de seu irmão, que exala um último suspiro — ao som do órgão que entoa o tema penoso e hierático do Dies Irae.


Walter Lourenção é formado em Filosofia pela USP; foi Maestro do Theatro Municipal

de São Paulo e fundador de várias orquestras, corais e grupos de câmara,

além de diretor de programação do Masp durante 10 Anos.


Leia sobre Pyotr I. Tchaikovsky no ensaio "Tchaikovsky, Sinfonista Patético", de Richard Taruskin, aqui.