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SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
22
out 2015
quinta-feira 10h00 Ensaio Aberto
Ensaio Aberto: Peleggi e Skride


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Valentina Peleggi regente
Baiba Skride violino


Programação
Sujeita a
Alterações
Toru TAKEMITSU
Spirit Garden
Felix MENDELSSOHN-BARTHOLDY
Concerto Para Violino em Mi Menor, Op.64
Pyotr I. TCHAIKOVSKY
Sinfonia nº 6 em Si Menor, Op.74 - Patética
INGRESSOS
  R$ 10,00
  QUINTA-FEIRA 22/OUT/2015 10h00
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil

Toru Takemitsu é o compositor transversal da Temporada 2015, com uma série significativa de obras do autor ao longo do ano.

 

Confira a edição especial dedicada a Toru Takemitsu e disponível para download na página da Revista Osesp.

Notas de Programa

 

Em Spirit Garden [Jardim dos Espíritos], encomendada pelo Festival Internacional de Música de Hida Furukawa, Takemitsu utiliza como imagem o sagrado presente nos festivais tradicionais da cidade que sedia o evento.

 

A partir de uma série de doze tons, ele forma três tríades aumentadas (acordes formados pela superposição de duas terças maiores), cada uma com uma nota adicional. Seja pela série ou pela textura que essas tríades criam, a peça evoca diferentes vistas do mesmo jardim, no que Takemitsu chamou de “ilusão de ótica”: a cada ângulo, o objeto se transforma. No passeio que a peça faz, cada momento descreve um desses ângulos.

 

A música como descrição de cenários é uma constante no repertório de Takemitsu, que, no entanto, negava compor música programática. Sobre Spirit Garden, o compositor disse que não almejava meramente a descrição de um jardim, mas dar sequência ao seu “experimento e à sua contínua investigação de cor orquestral e melodia”.

 

LUIZ FUKUSHIRO é mestre em Educação pela Universidade de São Paulo e revisor da Revista Osesp.

 


Felix Mendelssohn-Bartholdy está entre os criadores da ideia de uma tradição musical essencialmente alemã, tal como ainda hoje a entendemos: de Bach, cuja proeminência o próprio Mendelssohn revelou ao mundo entre 1827 e 1829, a Brahms, seu “sucessor” (segundo declara Eduard Marxsen em 1847), passando por Haydn, Mozart, Beethoven e Schumann. Compositor dotado de um personalíssimo senso melódico, capaz de dominar com inata elegância todos os aspectos da linguagem musical, Mendelssohn foi também pianista, organista, violinista e regente, além de criador e diretor de um renomado conservatório em Leipzig, que ele transformou em capital da tradição clássica.

 

Mendelssohn foi também um verdadeiro polímata. O valor artístico de seus desenhos e paisagens em aquarela foi reconhecido por Richard Wagner, que, como se sabe, não se inscreve entre os admiradores incondicionais de sua obra musical. Poliglota e versado em línguas clássicas, Mendelssohn foi amigo próximo e discípulo do grande historiador da Antiguidade, Johann Gustav Droysen (1808-84), e ainda foi prosador admirável, rivalizando com Berlioz e Schumann em argúcia crítica, em especial em sua vasta correspondência com grandes personalidades da cultura alemã. Como seu pai, o banqueiro Abraham, converteu-se ao protestantismo (acrescentando ao nome judaico Mendelssohn o protestante Bartholdy). O compositor foi ainda estudioso de teologia e adaptou os libretos de seus oratórios Paulus e Elias. Também foi assíduo ouvinte dos sermões berlinenses do teólogo e filósofo Friedrich Schleiermacher (1768-1834), com quem compartilhava o entusiasmo por Platão e o mesmo gênero de sentimento religioso romântico.

 

O fenômeno Mendelssohn só pode ser entendido de fato se devidamente situado numa das mais felizes constelações da cultura alemã da primeira metade do século xix. [...] Basta dizer que, em 1821, ele foi levado a Weimar por seu professor de composição, Carl Friedrich Zelter (1758-1832), e foi apresentado a Goethe. Entabulou-se então uma singular amizade entre o menino de doze anos e o olímpico patriarca de 72, que o reteve um mês em sua casa, cativado por seu gênio e sua precocidade intelectual.

 

Concebido desde 1838 para o amigo de infância de Mendelssohn, Ferdinand David (1810-73), nomeado spalla da Orquestra do Gewandhaus de Leipzig pelo compositor, que se tornara seu regente em 1835, o Concerto Para Violino em Mi Menor teve sua estreia apenas em 1845. Ao lado de Sonho de Uma Noite de Verão, é talvez a mais conhecida das peças orquestrais de Mendelssohn e um dos mais universalmente aclamados concertos de violino do século xix, ao lado dos de Beethoven, Brahms e Tchaikovsky.

 

Anos a fio, o primeiro tema do primeiro movimento — um angustiante lamento — “não dava paz” ao compositor, conforme escreveu ao amigo. Introduzido pelas madeiras, o segundo tema, em Sol Maior, traz um senso de serenidade que dialoga com o primeiro tema até o final. A pureza e o vibrante lirismo da linha melódica do “Andante” permanecem inigualados por qualquer outro compositor de seu tempo e talvez pelo próprio Mendelssohn. A seção central de sua forma ternária tinge-se de acentos mais dramáticos, sem ainda perder a delicadeza e a elegância supremas do compositor. O terceiro movimento, por fim, traz de volta o frescor e a luminosidade juvenis da abertura Sonho de Uma Noite de Verão.

 

[2011]
LUIZ MARQUES é professor do Departamento de História da Unicamp e coordenador do Mare – Museu de Arte Para a Pesquisa e Educação.

 


PROGRAMA

 

OSESP
VALENTINA PELEGGI regente
BAIBA SKRIDE violino

 

TORU TAKEMITSU [1930-96]
Spirit Garden [Jardim dos Espíritos] [1994]
15 MIN

 

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47]
Concerto Para Violino em Mi Menor, Op.64 [1838-44]
- Allegro Molto Appassionato
- Andante
- Allegreto Non Troppo — Allegro Molto Vivace
26 MIN
_____________________________________
PYOTR I. TCHAIKOVSKY [1840-93]
Sinfonia nº 6 em Si Menor, Op.74 - Patética [1893]
- Adagio/Allegro Non Troppo/Andante
- Allegro Con Grazia
- Allegro Molto Vivace
- Finale: Adagio Lamentoso
46 MIN