Temporada 2024
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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
25
jul 2015
sábado 16h30 Mogno
Temporada Osesp: Guerrero e Kupiec


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Giancarlo Guerrero regente
Ewa Kupiec piano


Programação
Sujeita a
Alterações
Frédéric CHOPIN
Noturno, Op.32 nº 2 em Lá Bemol Maior [Arranjo de Stravinsky]
Valsa em Mi Bemol Maior, Op.18 - Grande Valse Brillante
Concerto nº 2 Para Piano em Fá Menor, Op.21
Nikolai RIMSKY-KORSAKOV
Sheherazade, Op. 35
INGRESSOS
  Entre R$ 45,00 e R$ 178,00
  SÁBADO 25/JUL/2015 16h30
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil
Notas de Programa

Igor Stravinsky tinha 26 anos e era um dos mais talentosos pupilos de Rimsky-Korsakov (a quem considerava um segundo pai) quando recebeu de Sergei Diaghilev a encomenda para arranjar o Noturno Op. 32 nº 2 e a Grande Valsa Brilhante, de Chopin. As peças, originalmente escritas para piano, comporiam a trilha sonora do espetáculo Les Sylphides [As Sílfides], estreia da lendária companhia Ballets Russes em Paris, no ano de 1909.

Em seus estudos com Rimsky-Korsakov, a transcrição orquestral de piano solo havia sido um dos focos principais. A boa experiência transcrevendo Chopin garantiu o convite para musicar a produção seguinte de Diaghilev, O Pássaro de Fogo. O primeiro dos três balés que viriam a estabelecer Stravinsky entre os grandes da história nasceu, então, de certa forma, a partir da relação do russo com as partituras do polonês.

 

Considerado um orquestrador fraco pelos pares — entre eles Hector Berlioz (1803-1869) — e também por estudiosos, Frédéric Chopin dedicou sua energia criativa integralmente ao piano. Quase toda a produção foi direcionada para instrumento solo, e não há obraspuramente sinfônicas em seu legado. O único flerte com a orquestra se deu pelos dois concertos para piano, numerados inversamente à data de estreia (a numeração segue a ordem de publicação).

 

A primeira apresentação do Concerto nº 2 foi em 1830, com o próprio compositor ao piano. A orquestração acumulou críticas por não apresentar usos inventivos dos instrumentos. O grande personagem é o piano, a orquestra assume posto secundário. Mas seria mesmo negativo a música se estabelecer em torno dos solos pianísticos? O público parece discordar.

 

Desde a estreia, a obra arranca aplausos efusivos das plateias. “O primeiro movimento recebeu um ou outro ‘bravo’”, relatou Chopin em carta a seu grande amigo Tytus Woyciechowski. “Mas os dois seguintes produziram grande efeito. Os muitos aplausos e ‘bravos’ vieram do fundo do coração”, contou. Intensidade de sentimentos é uma marca especial do segundo movimento. Para alguns, ele expressaria o amor do compositor pela jovem cantora Constantia Gladkowska, que nunca se concretizou.

 

O Chopin do Concerto nº 2 era o pianista-prodígio que já havia arrebatado a Polônia e agora entrava na maturidade. Aos 20 anos, ainda residia na terra natal e estava a poucos meses de empreender a mudança para a França, que mudaria para sempre o curso de sua vida.

 

Uma viagem sinfônica de tapete mágico pela antiga Pérsia. Assim já foi definida Sheherazade, de Rimsky-Korsakov, composta em 1888. A impressão de viagem viria da instrumentação, que traz para dentro da orquestra as narrativas fantásticas dos contos As Mil e Uma Noites, inspiradores da música.

 

A esposa do sultão, que recorre à contação de histórias para esticar seu prazo de vida (já que o marido costumava executar as mulheres após a primeira noite), é representada por um tema de violino solo, presente ao longo de toda a obra. Preste atenção à primeira menção à narradora, logo no começo do movimento inicial, delicadamente marcada pelo violino, acompanhado pela harpa.

 

O compositor reconhecido pelo talento como orquestrador preferiu classificar Sheherazade como suíte sinfônica por ter concebido os movimentos de forma programática, repletos de variações. Não seguiu as estruturas formais de uma sinfonia, mas buscou representar musicalmente quatro episódios dos contos que escolheu: “O Mar e o Navio de Simbad”; “A História do Príncipe Kalender”; “O Jovem Príncipe e a Jovem Princesa”; e “Festa em Bagdá. O Mar. Naufrágio Nas Rochas”.
HELOÍSA FISCHER é empresária, jornalista, podcaster e DJ. É comentarista de música clássica da rádio CBN e fundadora do anuário VivaMúsica!.