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SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
09
out 2014
quinta-feira 10h00 Ensaio Aberto
Ensaio Aberto: Alsop rege MacMillan e Brahms


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Marin Alsop regente


Programação
Sujeita a
Alterações
James MACMILLAN
Britannia
Woman of the Apocalypse
Johannes BRAHMS
Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68
INGRESSOS
  R$ 10,00
  QUINTA-FEIRA 09/OUT/2014 10h00
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil
James MacMillan faz encontro gratuito pelo Música na Cabeça dia 8/out. Inscreva-se!
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Notas de Programa
Britannia foi composta em 1994 para celebrar a criação da British Orchestra. O trabalho atendeu a uma encomenda da British Telecommunications à Associação de Orquestras Britânicas, cujo intuito era oferecer a todas as principais orquestras do Reino Unido uma abertura de concerto para ser executada na temporada 1994-5.

A peça é uma fantasia orquestral de dez minutos de duração baseada em “melodias nacionais”. Não há propriamente um programa ou enredo, mas a costura de melodias populares apresentadas em contextos novos e incomuns sugere cenários particularmente surpreendentes num momento em que o chauvinismo mais uma vez ameaçava mostrar a cara em toda a Europa. A composição partiu de um pequeno esboço escrito anteriormente naquele ano, Mémoire Impériale, baseado numa marcha do General John Reid, um oficial do Exército britânico que, no século XVIII, criou o departamento de música da Universidade de Edimburgo. Este e os temas “imperiais” de Edward Elgar e Thomas Arne são lançados numa mistura volátil com outros materiais — uma dança irlandesa (que vira uma giga), uma canção cockney, outras marchas e um obscuro tema modal celta. 

Todas as ideias principais são apresentadas numa sucessão rápida e decidida durante a veloz abertura. A lenta parte central começa com um cânone sereno, gradualmente minado por alusões militares nos metais e percussões. Esse confronto leva ao clímax da obra, seguido por uma coda agitada. 

Britannia é dedicada a Libby MacNamara, da Associação de Orquestras Britânicas. 

Woman of The Apocalypse [Mulher do Apocalipse] é uma peça orquestral de movimento único, inspirada numa série de pinturas e gravuras com tema bíblico, assinadas por artistas como Albrecht Dürer, Peter Paul Rubens, Gustave Doré, William Blake e Pat Marvenko. Trata-se de uma espécie de poema sinfônico ou concerto para orquestra. Apesar de apresentar um movimento contínuo, a peça é dividida em cinco seções, cada uma com um título alusivo a algum aspecto da imagem ou da narrativa:  

1. A Woman Clothed by The Sun [Uma Mulher Vestida de Sol] 
Aqui, os temas principais são apresentados, com destaque para um desenho melódico descendente no piano, na harpa e na percussão. Com forte carga dramática, o desenvolvimento se dá em forma de pergunta e resposta, primeiro pelos trombones, depois pelas trompas e trompetes. A música progride por modulações métricas e o desenho descendente do início reaparece, agora invertido, levando à seção seguinte.
2. The Great Battle [A Grande Batalha] Os metais graves rugem, e o tema principal aparece nas violas e no corne inglês. Uma longa série de declamações no naipe de metais leva à seção seguinte.
3. She Was Given The Wings of a Great Eagle [Foram Dadas à Mulher as Asas de Uma Grande Águia] Aqui, a música acelera e flutua, sendo por vezes interrompida por um dos fragmentos do início, até culminar numa violenta erupção das cordas e da percussão.
4. She is Taken up [Ela é Levada] Intercalam-se uma série de fanfarras e passagens delicadas apenas para quarteto de cordas. A violenta erupção da seção anterior retorna antes da parte final.
5. Coronation [Coroação]
A parte final começa com violinos num registro muito agudo. Retornam as declamações do naipe de metais, agora como numa procissão ritualística, lenta e solene. As cordas descem gradualmente aos seus registros mais graves, enquanto a música caminha para um implacável e pulsante desfecho. 

A estreia de Mulher do Apocalipse aconteceu no Festival de Cabrillo, sob a batuta de Marin Alsop, em agosto de 2012.
JAMES MACMILLAN. Tradução de Ricardo Sá Reston.

A estreia da Sinfonia nº 9, de Beethoven, ao mesmo tempo monumental e coesa, clássica e romântica, ergueu a um patamar superior um já impressionante legado. O efeito da obra do grande mestre sobre os compositores que o sucederam é um dos melhores exemplos do que, mais tarde e em outro contexto, o crítico norte-americano Harold Bloom chamaria de “angústia da influência”.1

O peso do legado das sinfonias de Beethoven é provavelmente uma das razões por que a primeira incursão de Johannes Brahms no gênero só tenha acontecido quando o músico já passava dos quarenta anos e era um compositor consagrado.

Esse tempo de maturação não foi em vão. Em 1876, ao ouvir pela primeira vez a Sinfonia nº 1 de Brahms, o célebre maestro Hans von Bülow afirmou que a peça era nada mais nada menos que a décima sinfonia de Beethoven. 

Em entrevista exclusiva à Revista Osesp, Marin Alsop comenta a relação entre os dois compositores, entre outras questões.

Parodiando o romance de Françoise Sagan, Aimez-vous Brahms? 
Bien sûr! Brahms, para mim, é o herdeiro indiscutível de Beethoven. Os dois estavam impregnados de passado, compondo no presente e balizando o futuro. As sinfonias de Brahms ecoam Beethoven e lhe prestam um tributo, ao mesmo tempo que, de maneira única, se mantêm por si mesmas, como prefigurações da era romântica. 

Se pensarmos na importância do legado de Beethoven entre os compositores do século XIX, qual seria a diferença entre reger uma sinfonia de Brahms e uma obra tardia de Beethoven?
Ao reger Brahms, permaneço atenta à expansão do momento. Com Beethoven, permaneço atenta à inevitabilidade do momento. Há uma condução rítmica em Beethoven que se manifesta de maneira totalmente diferente em Brahms. Com Brahms, há a necessidade de se ater a cada momento e explorá-lo.

Quais são os desafios específicos de reger a Sinfonia nº 1, de Brahms? 
Os desafios da interpretação são sempre similares: como criar uma performance que soe como se fosse a primeira? Sabemos que Brahms viveu um grande drama para compor sua Sinfonia nº 1, mas o fato é que a peça inicia de maneira majestosa, sem nenhum traço de insegurança! Como interpretar simultaneamente seu conflito interno e o sucesso de sua realização?

Você regeu essa Sinfonia diversas vezes em sua carreira. Como sua visão pessoal sobre a obra e sua interpretação evoluíram ao longo dos anos? 
A interpretação musical é uma metáfora de nossas características pessoais. Ao ficar mais velha, sou capaz de ser mais leve e mais tolerante, o que se manifesta pela menor obsessão pela perfeição e pelo detalhe. É mais importante, para mim, atingir esse som especial de Brahms e deixar a música fluir do que focar em pequenos detalhes.

Finalmente, poderia dizer algumas palavras sobre Mulher do Apocalipse, de James MacMillan? 
Essa obra foi escrita para o aniversário de cinquenta anos do Cabrillo Festival of Contemporary Music, do qual sou a Diretora Musical há mais de vinte anos. Assim como em outras tantas composições de Jimmy, há um subtexto religioso que amarra a peça toda. Trata-se de um tour de force, um grande poema sinfônico. Segundo um crítico, MacMillan a compôs “como um pintor maneirista, utilizando a orquestra para atiçar grandes redemoinhos de cores instrumentais”.
Entrevista a Ricardo Teperman. Tradução de Rodrigo Vasconcelos.

1. Bloom, Harold. A Angústia da Influência — Uma Teoria da Poesia. Trad. Arthur Nestrovski. R io de Janeiro: Imago, 1991.

MARIN ALSOP
regente
JAMES MACMILLAN [1959] Compositor Visitante
Britannia [1994]
10 MIN

Woman of The Apocalypse
[Mulher do Apocalipse] [2011-2]
20 MIN
______________________________________

JOHANNES BRAHMS
[1833-97]
Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68 [1862-76]
- Un Poco Sostenuto - Allegro
- Andante Sostenuto
- Un Poco Allegretto e Grazioso
- Adagio - Più Andante - Allegro Non Troppo, ma Con Brio
45 MIN